quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Como é que se explica..

Então você achou que tinha superado, afinal nunca foi amor provavelmente nem sequer paixão, mas não se pode negar que alguma coisa aconteceu, ou então como explicar?
Mas depois de tantos desencontros, pra não falar em anos, não era pra ser, pensando melhor não foi, nunca se chegou perto de coisa alguma mesmo. Ainda sim existe algo estranho, falta uma parte ou então como explicar a história que não bate?!
No fim de um dia comum e simples, você está indo á caminho de casa distraído demais pra prestar atenção ao que acontece ao seu redor, mas pra não perder o rumo você abriu os olhos pra fora, e num susto percebeu que era tarde demais, não se tinha pra onde fugir ou desviar o caminho, não havia mais tempo pra arrumar o cabelo ou o que quer que fosse que pudesse lhe salvar naquele momento.
Antes de mais nada é melhor voltar a respirar, você esqueceu deste detalhe enquanto pensava em fugir.
Voltando a respirar você conseguiu concluir que a melhor saída agora é comprimenta-lo, enquanto isso, se acende um alerta avisando que seus batimentos cardíacos aceleraram rapidamente! Mais essa agora! Calma! Puxe o ar novamente agora com mais força tentando estabilizar os batimentos pra que ele não perceba.
Parecia que não teria fim, você sentiu que se passaram quase 3 horas de deslocamento de rostos e encontros de bochechas para comprimenta-lo o mais educadamente possível (maldita mania de gaúcho de dar 3 beijinhos), mas essa eternidade toda não levou um minuto sequer. Com uma virada rápida olhou nos seus olhos sem encara-lo, trocaram duas palavras sem sentido como se fosse possível quebrar a tensão que existia.
Cumprido o ritual de cordialidade você está livre para ir embora, não vê a hora de evaporar da li, porque diabos você não estava arrumada e cheirosa, linda quando o encontrasse depois de tanto tempo, e ainda sim queria ficar, sabe que poderia passar o resto da noite ali, em silencio ou pensando em cada palavra antes de falar. Mas é melhor ir embora agora!
Você vai voltar pra casa cheia de sentimentos que não consegue decifrar, e ficará com esse encontro na cabeça por alguns dias ainda. Mas o mais estranho de tudo isso é que já nem se sentia mais nada?! ¬¬

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Dia das Crianças..

Tava pensando, acho que poucas fases da vida usam tanto nossos sentidos como a infância. Você nunca ouviu alguém contar sobre o cheiro de algo da faculdade, deve ter escutado varias outras historias não menos importantes mas elas não envolvem os sentidos a não ser que seja a falta deles.
Infância é diferente, tem cheiro, tem gosto, tem som, tem cor, imagino que seja assim pra todo mundo, mas pra cada uma tem um sabor diferente.
A minha tem cheiro de chá de folha de laranjeira com mel que a gente tomava com um "aas" no fim da tarde lá fora pra dormir bem depois do dia cheio de andar á cavalo, de passar pelo meio da cerca e de pega bergamota na quinta.
Tem o som da buzina do picolé que passava, nas férias, logo depois do almoço, que quando a gente conseguia o dinheiro o tiozinho do picolé já tava lá na outra esquina. Me dá um de mini-saia!
Tem cor de fim de tarde que é quando terminava a aula e era hora de voltar pra casa pra ver disneycruj comendo bolachinha, ou nas terças e quintas esperando a hora do treino de basquete brincar no saguão com o colégio quase vazio só pra nós.
Gosto? Infância tem gosto de tanta coisa, algodão doce, picolé de mini-saia, mas isso quase todas tem, queria alguma coisa diferente! E lembrei dos sagrados churrascos de domingo, entre canos quebrados e joelhos ralados e espera pelo salsichão e o gosto que tem a minha infância é da pedrinha da sal grosso roubada da tábua de carne do lado da churrasqueira com as mães e tias brigando "parem de comer sal, faz mal!"